Menina Carolina,
Encaracolada feito mola de colchão segue ela entortando caminhos programados. Correndo aos gritos de dor e certa do lugar algum. Contando pedras e arrancando mágoas. Move-se aos poucos diante do outro e ressurgi de areias míticas diante de si mesma.
Sabe ela o que é o amor? Quer ser amar.
Força, menina Carolina, os pássaros sempre voltam no verão. Siga. Moldando suas asas e sinta o vento da mudança amassando sua mesma pele perdida em corpos inexistentes. Mova. Exista. Viva. Viva só pelo simples instante de agora. Desista de relutar contra o que não tem nome. Nada de explicação. Ludibrie a razão. Vá. Entorpecendo-se de sentir. Sinta. Sinta-se à vontade.
Carolina, menina! Menina Carolina.
Olhe mais ao lado.
Eu sempre estarei aqui.
Débora Ribeiro
Porto, 21 de maio de 2011.