tag:blogger.com,1999:blog-74137533931549108162024-03-13T03:58:11.231-07:00Carole in the SkyAna Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.comBlogger73125tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-18556083015857291502014-11-10T10:31:00.001-08:002014-11-10T10:31:03.581-08:00Espaço Amarte<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Novo projeto: <a href="http://www.espacoamarte.com/" target="_blank">www.espacoamarte.com</a><br />
<br />
Os textos do Carole in the Sky serão exibidos no "Blog" do Amarte.<br />
<br />
Espero vocês lá! :)</div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-84359394873482683432014-05-27T01:02:00.000-07:002014-11-10T10:29:00.152-08:00A pequena história de Justine - capítulo I<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Eu preciso resistir à palavra que me escapa, eu preciso buscá-la". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">- Corre, corre, corre, Justine - dizia a pequena Angie. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Angie era a menina enclausurada em Justine. Como na sobreposição de personalidades Bergmianas, Angie dançava em liberdade pelo salão, em silêncio. Não era notada pelas pessoas vestidas de musseline e de ternos com gosto de naftalina. A pequena menina não tinha tempo para os desamores de Justine. Motivo mais óbvio não poderia ter: estaria ela sempre a se preocupar com a pele jovem de sua guardiã. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A terceira música dos anos 60 teria acabado quando diz Justine, ela, a pequena, teria confessado a sua intimidade: o que era então, senão a coluna cervical de Justine? Era mais que a coluna, mas por que ela não saberia? Sua confissão foi sussurrada, foi também quase vã, eu posso confessar ao leitor. Se na estrada em linha reta estava Justine, em espirais caminhava Angie. Eu vi quando o encontro aconteceu e a pequena gritou "Corre (...)". Desde então, Justine não parou de correr, e desde então, Justine nunca conseguiu escutar Angie. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Mas Angie continuava ali. Intacta pela tela de fundo branco que ela dizia não mais que: palavra. Angie era a palavra e este era o segredo. Esta era a intimidade. Angie era a palavra que escapava da caótica Justine. A pequena ainda estava trancada no confessionário, junto com o rádio dos anos 50, o relógio de pêndulo (o que caiu no porão pela fresta da tábua bicentenária), a caixa de baralhos e uma faca de serra artesanal que ficava pendurada na cozinha. Também vi quando Justine trancou tudo. O que na minha irrelevante opinião, significou um ato de contenção. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">"No reino das profecias carnais, você privou o teu útero de falar, Justine. Você guardou dentro do confessionário, este que é o mais simbólico espaço de culpa do ocidente que se tem notícia! Não, Justine! Você nunca tinha percebido isso, Justine? Por que você não vai lá e cola aquele papel de parede ao invés de guardar o rádio tão velho que nem funciona mais? Você me guardou, Justine. Hoje pediria para sair se não estivesse decidida em arrombar estas portas. Chega de respirar por grades! </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">- diz a pequena palavra Angie aos ouvidos de Justice, que sai indiferente pela porta lateral às 14h25. </span></div>
</div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-3133435343402674632013-12-11T17:31:00.000-08:002013-12-11T18:16:12.622-08:00Crua<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Esperei o tempo morno. Nem um quente da pele adocicada, nem uma frieza de vozes equidistantes. O tempo prometido era para que se pudesse avançar pela língua um pensamento tingido de vermelho, e me viesse, quase de repente, o sentimento voluptoso da certeza pela boca.<br />
<br />
Esperei com toda a carne crua, o tempo de tirar a roupa e ficar nua, tua, crua. Nua a carne tua que mantem nos chãos úmidos o indigesto sabor da dúvida. Mastigar as amapoulas velhas, com um amargo gosto do mofo, jogar dados viciados, com uma intermitente letra repetida; pisar sobre gravetos, espinhos e folhas, sentir os pés doídos e gastos, e ao final, agarrar a terra por entre os dedos e esperar os balões subirem pelo céu. O sentido era a promessa do alvo, da mira, do mar.<br />
<br />
Esperei.<br />
<br />
Busquei nas margens insalubres da minha lembrança, uma linha possível de tocar e consegui alcançar uma seta, e tocaria mesmo que fosse a placa errada, o atalho, o caminho de muralhas esguias e longíquas. Que fosse tua vida lá de longe a parte que me cabia dentro do seu espesso vazio coração.<br />
<br />
Foi assim que cheguei. Deserto de lugares e de motivos, de sonhos e linhas, nem navios disponíveis pra voar. A palavra amanhecida ficou esquecida de canto como um objeto empoeirado na sala de estar. Eu só escutava o barulho forte da água bailando nesse exato não sentido apelo de existir. A vida seguia esguia.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk4UYVgVrEvHf03Z9m6MFOoInYdMJldn-t6wRZyrRD1uOMQneoC4yGvTQ-acAbgQ7HS82EUzTE2ZLsJRvSGJOEb-eLigvnG3Oh9GY-f1pk54shtLKOn6oN2ICPW93nmJKtkn5e58KIRk7a/s1600/Alyson-Provax-11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk4UYVgVrEvHf03Z9m6MFOoInYdMJldn-t6wRZyrRD1uOMQneoC4yGvTQ-acAbgQ7HS82EUzTE2ZLsJRvSGJOEb-eLigvnG3Oh9GY-f1pk54shtLKOn6oN2ICPW93nmJKtkn5e58KIRk7a/s1600/Alyson-Provax-11.jpg" /></a></div>
<br /></div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-65932026885301100542013-11-28T22:54:00.002-08:002013-11-28T22:58:52.235-08:00Querido Diário #1<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Querido Diário,<br />
<br />
eu posso ir até onde o caminho disser que sim. eu posso extrapolar o caminho quando ele apontar um não? será que o caminho aponta sim e não? o que dizem as setas encontradas no meio do caminho? seguimos as direções indicadas ou é lícito permitir se desviar? se for lícito permitir se desviar, posso desviar dos desvios quantas vezes for possível? existe uma probabilidade que indique onde e se eu posso chegar a algum lugar?<br />
<br />
Algumas conclusões<br />
<br />
quando estou no meio do caminho tenho escolhas a fazer. não há uma matemática que me garanta onde eu vá chegar se não sei o que quero encontrar. talvez o segredo seja seguir o coração. e aportar o coração quando ele se sentir preciso de descanso por tanto chão. Mas talvez o coração vai continuar inquieto, e vai querer passar o caminho inteiro encontrando desvios, que levem a outros desvios, que não mais poderiam me levar a outros desvios. Iria encontrar pelo caminho pessoas desviantes, gente que segue o coração e que não tem medo de onde se pode chegar. E nem se vão chegar a algum lugar.<br />
<br />
Dúvida<br />
<br />
Preciso descobrir se quero chegar a algum lugar?<br />
<br />
Querido Diário,<br />
<br />
Era mais legal quando você era vermelho com uma mulher na capa, e não um blog.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir5MzA1LQkyl2FBKWSA5iSJHSr_nQaUpT4QKkdkf5KZRaDzNuQD5qNV0XXSp-7HRFRdHcL3pcD7TB8pJBQ9XFClboNPvQ5hJMFS0ocf-FZCnP-SCr-qIEgtUr0M6vH5DwKxjaI61elwsrE/s1600/paulo_nazareth_31.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir5MzA1LQkyl2FBKWSA5iSJHSr_nQaUpT4QKkdkf5KZRaDzNuQD5qNV0XXSp-7HRFRdHcL3pcD7TB8pJBQ9XFClboNPvQ5hJMFS0ocf-FZCnP-SCr-qIEgtUr0M6vH5DwKxjaI61elwsrE/s1600/paulo_nazareth_31.jpg" /></a></div>
</div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-52586894539955368962013-07-30T20:13:00.002-07:002013-11-10T07:10:13.232-08:00A Performática Roda Viva brasileira em tempos de primavera civil<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<em style="background-color: white; margin: 0px; padding: 0px;">Por Ana Carolina Meirelles, da Vírus Planetário Minas Gerais.</em></div>
<div style="font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<span style="background-color: white;">Foi um passo além do chão.</span></div>
<div style="font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<span style="background-color: white;">A força de um, de dois, de dez, de cem mil, de um milhão. Um batuque dentro do peito de ver toda essa gente ocupando tantas ruas distraídas. Por amor às causas somáticas, coletivas, humanas, de um país até então carente de ativismo em massa, o povo se manifesta. Abandona o invólucro para amplificar a sua voz. Vozes dissonantes, eqüidistantes, até mudas e engasgadas, não importa se elas se encontram ou não neste momento, já que se é a prática desta gente a atitude cidadã de reivindicar os seus direitos civis, portanto, legítima porque resiste.</span></div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_33770" style="border: 1px solid rgb(215, 215, 215); font-family: Arial; font-size: 12px; margin: 0px auto 20px; padding: 4px 0px 0px; text-align: center; width: 568px;">
<span style="background-color: white;"></span><br />
<div class="wp-caption-text" style="font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 2px; padding: 0px;">
<span style="background-color: white;">Foto: Arquivo de Ana Beatriz Noronha</span></div>
</div>
<div style="font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<span style="background-color: white;">O Brasil iniciou uma performática roda viva às suas inquietações coletivas. E este despertar da consciência faz um pequeno milagre nestas células com capacidade revolucionária: cada ser humano como construtor potente de sua realidade social. No cenário brasileiro, a grande vitória das manifestações não foi a revogação do aumento das tarifas no transporte público, mas sim a força que levou a juventude do Brasil inteiro a desocupar tantos espaços vazios e ir disputar os verdadeiros espaços de poder. A revogação foi apenas a conseqüência imediata de uma linha política defendida pela ideologia que condena às práticas do neoliberalismo e estreita a possibilidade da emancipação humana no bojo da ordem do capital.</span></div>
<div style="font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<span style="background-color: white;">Nas margens da primavera brasileira, estão os oportunistas, os reacionários transvestidos de revolucionários, a burguesia que incita petições contra o impeachment da presidenta Dilma Roussef e contra o fim da corrupção, que dizem não às bandeiras partidárias nos atos, os que antes nunca foram a uma manifestação deveras. São aqueles que se preocupam mais com os grupos minoritários que foram ao confronto com a polícia do que com a truculência e despreparo desta própria polícia. Ainda que ela seja da mesma maneira explorada e passível de reivindicações como os manifestantes. Pela imprevisibilidade do momento, a juventude que militava enquanto o gigante dormia entoa agora seus próprios vazios destoantes além do arrepio; a base que se levanta ainda está no senso comum pintando a cara de verde e amarelo e abraçando a bandeira nacional, num gesto nacionalista que de exacerbado nunca fez luta proletária, como bem nos mostra a história moderna.</span></div>
<div style="font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<span style="background-color: white;">Da primavera brasileira, o que se glorifica é a própria primavera brasileira ainda que no outono. É a ocupação dos espaços públicos, desta força quase metafísica sem análise política contundente. Uma transgressão performática do povo, um grito, um desabafo doído contra tudo e contra todos. Um ato de vandalismo contra a pior injustiça de uma nação, a desigualdade social e suas vicissitudes, seus crimes contra a liberdade humana e seu patrimônio imaterial…</span></div>
<div style="font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px;">
<span style="background-color: white;">Seja então o caos instaurado dentro do povo, o motivo da revolução ardente esperada pela juventude, seja a luta nas ruas saídas e bandeiras para a reforma política! Que caiam os reis!</span></div>
</div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-7494496494355180522013-07-30T20:01:00.000-07:002013-07-30T20:11:39.248-07:00A História de Leonard Zelig<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
* Trabalho apresentado para a disciplina de Narrativas Visuais - Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto<br />
<br />
<br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">A História é de Leonard Zelig – o homem cameleão. O Pseudo-documentário é de Woody Allen. Dirigido e produzido pelo cineasta em 1983, esta película é uma experimentação interessante; na medida e que se utiliza de formas inovadoras para se contar uma história, e representa ser, de certo modo, afirmação e a negação, ao mesmo tempo, de uma produção documental. Zelig representa o documentário na sua forma de percepção e engana pelo conteúdo. Ele distorce a verdade e utiliza a técnica cinematográfica para transparecer que é, de fato, um documentário, mas ao mesmo tempo oferece no enredo o verdadeiro oposto disto. O personagem Zelig é tão impossível, que não pode ser real. Senão por isso, pelos atores reconhecidos e personagens reais e contemporâneos da década de 1980 de Woody Allen, teríamos todos os aparatos técnicos, toda a linha documental seguida veemente para crer que Zelig realmente existiu; que ele realmente poderia ser muitas personas ao mesmo tempo. Afinal, o que é ficção e o que é realidade? E ainda mais, o que seriam quando passam do nível da realidade para entrarem no cenário cinematográfico, Onde tudo é possível? Clap, Clap, Clap, uma salva de palmas para a genialidade do realizador e personagem do filme, Woody Allen. A minha primeira percepção do filme foi exatamente esta: “Não é possível que isto não aconteceu!” O inverso do real que me transportou para um mundo nada provável. O mundo à parte do cinema; isento de funções e suscetível ao transpor barreiras e criar novos mundos, novas maneiras de ver, ter novas e diversas formas do sentir, e de se comunicar.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><b>Sinopse:</b> Leonard Zelig (Woody Allen) é um homem que consegue se transformar físico e psicologicamente de acordo com os grupos sociais em que mantém contato, tornando – se um comum entre eles. Nos anos 20, o escritor Scott Fitzgerald observa Zelig durante uma festa prestigiada por artistas, poetas e pela nata da alta sociedade da época. Fitzgerald anotou em seu caderno sobre um homem que parecia ser um Aristocrata, conversava como tal, e após uma hora estava no meio da criadagem, se autodenominando democrático e se comportando como se fosse parte do povo. Zelig logo ganhou fama. A mídia sensacionalista lhe atribui o pseudônimo de “O Homem Cameleão”. Curiosos pelo caso bizarro noticiado, os médicos tentam descobrir qual é o transtorno de Zelig; mas não conseguem chegar a nenhuma conclusão. No entanto, quem se interessa muito pelo seu caso é a psicóloga “Eudora Fletcher (Mia Farrow)”. Ela objetiva curar o transtorno de Zelig, devolver a ele sua personalidade normal e ganhar reconhecimento profissional com o caso. Mas em uma das terapias feitas na sua casa de campo, em uma sessão de hipnose, ela descobre que Zelig estava apaixonado por ela. Prestes a se casar, ela também se apaixona pelo paciente. As demonstrações de afeto, de amor e o cuidado, ajudam Zelig na sua recuperação e o casal acaba virando celebridade nacional. A partir daí, o passado de Zelig vem à tona, e com ele muitos problemas; a bigamia se revela a principal. Diante do enfrentamento moral da sociedade, Zelig desaparece. A doutora Fletcher o encontra na Alemanha trabalhando no governo Nazista, antes da Segunda Guerra Mundial. Os dois acabam</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">por fugir para a América em um avião pilotado de cabeça pra baixo, em um momento em que o transtorno de personalidade de Zelig veio à tona e ele achou que era um piloto. Eles cruzaram o oceano atlântico com o avião de cabeça para baixo e foram ovacionados quando chegaram à América, tudo isso pelo grande feito realizado. Enfim, ele ganha novamente a opinião pública ao seu favor e é condecorado pelo governo Americano.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><b>Análise de duas sequências:</b></span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><b><span style="color: #333333;">1ª Sequência: </span><span style="background-color: black;"><span style="color: white;">A Sessão do Quarto Branco:</span></span></b></span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">O plano aberto e a câmera fixa central foca Bruno Betterlheim – psicoterapeuta – em um lugar que indica ser provavelmente seu escritório. O ambiente é propício para entrevistas intimistas e abordagens mais intelectuais e científicas. Nesta cena, as imagens coloridas indicam que o realizador do documentário recorre a alguém nos dias de hoje (na época da finalização do documentário fictício) que tenha acompanhado a história de Zelig para que se possa fazer uma reportagem do caso. Betterlheim fala sobre “As sessões do Quarto Branco” (a cena seguinte) e sua importância para a eficiência nas relações fortes entre médico e paciente alcançadas naqueles dias. O psicoterapeuta pontua também, sobre as inquietações da classe médica por este paciente que apresentou sintomas nunca antes presenciados na história da medicina e da psicologia. Por último, menciona suas próprias percepções acerca de Zelig.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">A entrevista com Bruno Betterlheim tem duração média de 45 segundos e garante aparato necessário para que se dê entrada à próxima sequência. A cena seguinte irá mostrar as sessões terapêuticas realizadas pela doutora Fletcher e Leon Zelig em sua casa de campo. São essas as “Sessões do Quarto Branco” sobre as quais relatava o entrevistado.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><b style="color: #333333;">2ª Sequência: Continuação</b><span style="background-color: black; color: white;"> <b>Sessão do Quarto Branco:</b></span></span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Esta cena retrata a tentativa inovadora de tratamento desenvolvido pela Doutora Fletcher para o transtorno de personalidade de Zelig. A psicoterapeuta prepara um ambiente neutro, longe da sociedade para tentar devolver a ele sua própria personalidade. Para essas sessões ela utilizou mais um elemento inovador. Certa do significado do seu trabalho, ela é auxiliada por uma câmera fixa que filma todos os procedimentos utilizados no tratamento.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">A presença da câmera fixa no quarto branco muda mais uma vez a maneira de comunicação entre a câmera e espectador; já que estamos acompanhando as cenas guiadas pela câmera usada nas sessões e não pela câmera do realizador do documentário ou das imagens pré-selecionadas de arquivo, que foram encaixadas no filme como um guião da história.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">E é por esses “olhos” que acompanhamos às cenas. As imagens são em preto e branco e reforçam ainda mais a ideia de que aquelas cenas são verídicas e são provenientes de arquivo.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Um arquivo apresentado aos espectadores de antemão. A sequência dura aproximadamente três minutos. O filme desta câmera fixa está desgastado, com manchas, riscos e falhas. Um pouco mais do que o das outras imagens presentes no documentário. Este cuidado tomado por Woody Allen pode ser explicado para que se passasse a ideia de que a câmera doméstica apresentava filmes ainda mais raros e mais importantes do que os outros.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Esta primeira sequência do quarto branco apresenta os dois personagens, Doutora Fletcher e Leonard Zelig, pelos olhos do primo da psicoterapeuta. O ambiente é pequeno, o que favorece um plano mais fechado e a angulação média. Há o momento em que Fletcher avisa à Zelig que a sessão está sendo filmada. Ele rapidamente localiza a câmera fixa escondida e se dirige a câmera e fala para ela. Ou seja, neste momento, ele fala diretamente com o espectador.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAtBYykLgEkGemXkQMKhzB2kFI19BNQLEEdZlpw0hS5BENj7CSnPvvABcpKdRBmWaaJxAj3t898SbDjg8U7JcLWnONS_lFjW-vzbC7pFc_FIIg6PliHkmCP-q6oSDzKDG-INsOD66v66DA/s1600/zelig-2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAtBYykLgEkGemXkQMKhzB2kFI19BNQLEEdZlpw0hS5BENj7CSnPvvABcpKdRBmWaaJxAj3t898SbDjg8U7JcLWnONS_lFjW-vzbC7pFc_FIIg6PliHkmCP-q6oSDzKDG-INsOD66v66DA/s1600/zelig-2.jpg" height="214" width="320" /></a></div>
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><b>Análise do filme “Zelig” </b></span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><i><b> Woody Allen</b></i></span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Nas suas produções cinematográficas, é notório que Woody Allen gosta de experimentar. Testar formas estilísticas distintas até alcançar um grau em que a produção esteja realmente autoral. Reconhecer um filme deste cineasta americano não é uma tarefa difícil. Muitas de suas produções trazem imagens em preto e branco (mesmo com o advento das imagens cores, o que faz esta escolha ser estritamente opcional). Na década de 1980 e até os dias de hoje, as imagens a cores já eram comumente utilizadas pela indústria cinematográfica e pelos diretores mais conceituados do cinema “bem feito” a nível mundial. No entanto, a miscelânea entre imagens em preto e branco e a cores para àquela época representava mais um diferencial do cinema realizado por Woody Allen. </span></span><span style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">O filme Zelig definitivamente não pode ser chamado de documentário, ele extrapola as barreiras conceituais do gênero documental (embora este gênero apresente segmentações). No entanto, diversos autores lhe atribuem outra nomeação, que parece bem cabível quando analisamos os elementos estilísticos utilizados na realização do filme. “Zelig” pode ser chamado de “Fakedocumentary”, ele apresenta elementos que são utilizados na produção de um documentário normal, que atribuem ao documentário sua forma, de fato; como a utilização de imagens em forma de arquivo, depoimentos, entrevistas e a locução fora de campo, a “voz over” – que é a detentora do saber daquela realidade que está em foco.</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Woody Allen projeta a história do Homem Cameleão em fatos históricos e recorre a acontecimentos verídicos dos anos 20 e 30, bem como personagens famosos do seu tempo, ligados às artes, à literatura para comprovar à veracidade dos fatos que está sendo contado </span></span><span style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">através daquela história. Imagens de cartazes, documentos, fotografias, filmes velhos fazem com que realmente, esteticamente, o filme tenha a forma de documentário. Woody Allen consegue estabelecer com o espectador asserções acerca do mundo histórico, através da nossa memória coletiva, das imagens câmera e do nosso conhecimento prévio sobre o formato que está sendo utilizado, que é similar ao formato de um documentário, e, portanto que retrata a verdade. Além de ser também o resultado de experiências vividas com pessoas concretas e situações concretas que estão sendo documentadas e que possuem uma coesão cronológica e espacial entre si. </span><span style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Deste modo, o “Fakedocumentary” aqui é entendido assim: um filme que penetra na forma estilística do documentário, mas que só não o é porque a sua história não esbarra na verdade; e sim na ficção. Desta maneira, temos uma história inventiva que se sobrepõe não só a forma estilística de documentário usada pelo diretor Woody Allen, como também na elaboração dos personagens, das meias verdades e da maneira única com que modifica a nossa visão do real. Fazer com que o Scott Fitzgerald tivesse participação na película, anunciar que ele foi o escritor que iria registrar os anos 20 para as gerações futuras, e ainda, mostra – lo através das imagens de arquivo, por exemplo, implica tomar este fakedocumentary como não todo fake. Existem também as verdades. Sabemos quem foi Fitzgerald. No entanto, o escrito americano não observou Leonard Zelig durante uma festa na mansão dos Henry Potter Sutton. E muito menos os Henry Potter Sutton davam festas suntuosas na sua mansão.</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Neste filme, Woody Allen consegue fazer com maestria uma sobreposição intrigante entre a verdade e a ficção. O diferencial de Zelig é, sobretudo, a maneira como a história é contada. De ficção por ficção, nada como transformar o ficcional para o real e depois transformá- lo em ficcional novamente. Mesmo não sendo um documentário, ele consegue transformar a realidade. Ele transforma os anos 20, as pessoas dos anos 20, e de certa maneira até brinca com as imagens das celebridades da época.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Além de toda inovação na forma estilística da película, o transtorno único de Leonard Zelig é por si só outra questão que suscita várias perguntas e está correlacionado com toda a produção e também com as escolhas feitas pelo realizador do filme. Justamente nos anos 20, nos anos em que a América vivia sua efervescência cultural, em que a sociedade se transformava muito rapidamente, Woody Allen também não deixa de tratar no cerne desta película a construção da nossa personalidade, a questão do indivíduo e a nossa vontade de sermos iguais; os nossos medos; medos de sermos percebidos por entre a multidão, medo de sermos diferentes, medo, sobretudo, de não sermos aceitos pela sociedade pelo que realmente somos. Um mundo de iguais a cada dia, um mundo da sociedade de massas, que mais adiante, iriam estudar os comunicadores da Escola de Frankfurt.</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Universidade do Porto/ Faculdade de Belas Artes</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Disciplina: Narrativas Visuais</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Análise do filme:</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Zelig</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Aluna: Ana Carolina Meirelles Andrade Ferreira</span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;"></span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">Dezembro 2011</span></span></div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-51876758066812505722013-07-30T19:07:00.000-07:002013-07-30T19:07:23.285-07:00pó de nuvem <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
E na despedida, tios na varanda... e o coração lá. </div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-85797204920573073112013-04-22T12:23:00.002-07:002013-04-29T13:47:40.637-07:00Guria sem relógioPor Mariana Borba -<br />
<br />
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Já vi em seu pulso, mas não acho que contavam horas. Devia ser de verdade, com quase toda a certeza. Relógio assim, pequeno, sem extravagância, servia muito bem de enfeite. Ela descia as escadas dando leves pulos, degrau alto não sabe contar. E entre passadas de mão pelo cabelo, bagunçando tudo, revirando para os lados, ela dizia ter que escrever.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 19px;">Já li em suas letras uma frieza e doçura sem igual. Pelo escuro da íris, percebi sentir muito e demonstrar um pouco menos. Escrevia para não voltar, escrevia como se não fosse voltar para seu lugar de origem. Seu mais novo irmão, que imagino ter os mesmos olhos, é um dos que aumentam o senso para que Cruzília chegue a 15.000 habitantes. Espero que demore só um pouquinho, para que as pessoas valorizem essa cidade do interior dos cavalos ‘Mangalarga Marchador’ do Barão de Alfenas, </span><span style="line-height: 19px;">deem</span><span style="line-height: 19px;"> uma volta pela Praça Capitão Maciel, por aí vai.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Acendia um cigarro. Mudou de marca, de gosto. A cor da embalagem, vermelha. Sorvia o chá e sorriu. Estava bom. Sorte minha ser especialista em preparação de chá de hortelã. Outro trago no cigarro. Vamos lá?</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Desse tempo que me assombra, me toma memórias e deixa mágoas, tenho mais é que me valer de continuar inteira. Começou mais ou menos assim a conversa que duraria semanas, meses, enquanto o chimarrão não fosse resgatado.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Uma pessoa, o Pessoa, é parte dessa mesma vontade do regresso da volta ao ateliê, onde o ar é mais leve, onde os limões crescem à volta da casa e pode-se ouvir o galo cantando por além da janela. Foi a Raísa que pintou aqueles quadros mesmo? Coisa fina, viu. Nunca fui de escutar muito galo, nunca fui muito de fazenda, não conheço tanto. Tu me ensina? Me conta de novo aquela história do seu avô, que tem a ver com o carnaval do Rio, que lembra algo sobre cavalos. Promete que conta de novo? Não esqueço, agora presto mais atenção.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">A guria sem relógio de tempo quer me deixar louca quando tenta me desacelerar. Entendo que seu tempo é de ouro e tudo nele parece não existir para os demais.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">“Sou diferente, sabia?” Disse uma vez em um diálogo imaginário em minha mente. Casou direitinho com o que pensei para a tarde de chuva.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">“Sei, sim... Mas por que isso agora?”</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">“Sou diferente porque não entro nessa de horários e compromissos com hora marcada, respeito o tempo dos outros, mas meu tempo passa pelos meus olhos e não pelo pulso”.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Foi minha vez de sorrir sem chá e com coração. O que ela dizia – mesmo que somente para mim – era verdade. As outras pessoas não sabiam controlar aquele tempo, por isso relógios, celulares e outras máquinas, para tentar prendê-lo ali.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">A guria não, ela fechava os olhos e através deles desenhava números com os lábios, assoprava e tinha as respostas.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Espaço de caderno não existia para ela. As folhas tinham que ser infinitas, ora pois! “Quem disse que competência se mede em linha, sentimento, amor?”</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">E indignava. Ela conhecia o mundo, o mundo fantástico dos que sonham. Ela tinha medo desse mundo. Medo de cair em si e não vê-lo mais assim. Queria as lentes que sempre usou. Queria ver nuvem por negativos de foto. Queria seu colar antigo no pescoço, o que lhe dava proteção.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Bradava com fúria nos tempos de luta semi-armada. Era abelha rainha de ferrão emprestado do zangão de república. É abelinha colorida que voa, bonita, ladeira acima segue sem precisar parar. É Carolina, feito pra rimar, é letra de música, de Chico, de Jorge, é de cadência de mar azul.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">É daquelas que deixa saudade de falar o nome, de dizer que está bem. É menina que já cresceu, já viveu e ainda falta muito. É guria tranqüila, rodando saia pelo quintal de casa, brinca com flor como se fosse boneca. É tudo o que eu não pude ver, o que não conheci. Entende com os próprios olhos de acertar ponteiro, que não posso enganá-la, pois sabe ler meu rosto como um livro de Bauman e me explica, paciente, o porquê das coisas.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">Acerta o ponteiro para descansar. Desliga as outras máquinas e liga o som. Coloca aquela do Cartola, essa é nossa também. Das lembranças que estão aqui, nenhuma delas sobrevive sem que a gente tente mais uma vez. Nos vemos amanhã, sim?</span></div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-91918151232059314992013-04-17T12:33:00.000-07:002013-04-17T12:33:00.198-07:00LibertarFala pro outro, Carolina!!Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-67643031060078604822013-04-10T21:44:00.001-07:002013-04-10T21:46:02.853-07:00Das coisas finas da vida<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"> Amar até poder transbordar. Sem não.</span>Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-801530058911869822013-03-05T22:07:00.000-08:002013-08-13T20:50:46.016-07:00And I love... <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Fui revirar as coisas antigas e descobri que o tempo já não é. Uma impossibilidade finita eu tenho de adiantar os ponteiros do relógio. Não era só pra ouvir novamente sua voz, nem pra te provar o quanto hoje eu sou menos burra do que antes. Queria o tempo pra sentir novamente a sua presença sem a ausência. Sentir, ouvir, tocar, saber. Algo que não seja tão abstrato como é hoje. Não posso falar em distâncias. Não sei se hoje você está aqui do meu lado todos os dias ou se realmente não existe mais. O fato é que fé nenhuma conseguiu me fazer recuar da incompreensão estúpida que eu teimo em ter sobre o correr da vida. Além das cartas, dos emails, dos objetos, nada mais além do que sua voz no gravador e seu cheiro no casaco de algodão antigo que eu não lavo, nem uso. Continuo cheirando ele todas às vezes que retorno ao interior para assegurar que você ainda está dentro do meu armário. Mas a cada dia que abro as portas e sinto o cheiro do casaco, ele está mais distante. Você aos poucos vai indo embora na minha memória sensorial e isso me arde inteira. Nem as lágrimas, mesmo que torrenciais, iriam afastar toda a intempestividade que tem sido estes dois anos sem você. Nem a escrita, nem as palavras, nem as cartas para o além vão conseguir demonstrar o mínimo que é isso o que eu sinto e que nunca se materializa em nada. Não é eficaz a arte, a literatura, o discurso. Não são amortecedoras as outras histórias, as outras perdas, e nem o próprio tempo. A saudade permanece em mim cravada no peito e jamais vai deixar de estar. Sei que você morre comigo e espero poder te sentir novamente; e celebrar um globo azul que ainda há de existir entre nós, ou um ying e yang que ainda está à nossa espera... Ou o gosto de amor que sempre foi amor e sempre será. </span></div>
</div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-36917351123285729292013-02-27T11:04:00.003-08:002013-02-27T11:07:05.217-08:00O Universo <div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O universo em que se instala as persianas, os papéis, as músicas e a chuva, se limita ao quadrado desta janelas brancas e de paredes irregulares. O universo, mais a fundo, tem estado fisicamente empoeirado pela falta de tempo dos sujeitos envolvidos no seu fluxo permanente de energização. As músicas tem oscilado pelas baladas antigas e quase sem memória. O universo está envolto em papéis... Quando os olhos passam pelos livros conseguem transpor o materialismo e entender somente o sensível do sentido das palavras. O Universo está chuvoso e não quer instalações, quer expelir o sujeito do seu interior e não carregar culpa por ser buraco negro. O universo diz que cansou de sombras. </span></div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-4678569907864439462013-02-18T18:31:00.002-08:002013-02-18T18:31:51.069-08:00Edgar P.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg74Tl9YToSp9X5sVQzSHQd7W2nxfX3l4alB9LY20GRMhOdGsBSBdwgcpUDG2CRxJUsT9hIThyi_3OlzzCls-hzHuhph8C1AzWo4sTXx2b_MsMSXaWVPHAd9bUKdhOGwgcwE4BYf318hCie/s1600/laurindo1.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg74Tl9YToSp9X5sVQzSHQd7W2nxfX3l4alB9LY20GRMhOdGsBSBdwgcpUDG2CRxJUsT9hIThyi_3OlzzCls-hzHuhph8C1AzWo4sTXx2b_MsMSXaWVPHAd9bUKdhOGwgcwE4BYf318hCie/s1600/laurindo1.jpeg" height="640" width="452" /></a></div>
<br />
<br />
Das coisas pra cá...<br />
<br />
Dia de sei lá. Sei lá. sei lá...Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-71587380652902995842013-01-22T18:53:00.000-08:002013-11-28T22:13:14.466-08:00Outra<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Aquele acampamento de festival de verão foi mesmo inesquecível. Você se lembra? Cheguei na Gare Oriente com destino à Setúbal com uma bolsa que o Thiago apelidou de buraco negro e um convite do Arctic Monkeys na carteira vermelha. Apenas isso, convencida de que iria descer à baixa e comer pastéizinhos de Belém, além de tirar uma foto no Mosteiro dos Jerônimos naqueles dias que iriam se seguir. Quando o inesperado me presenteia com os 3 dias do Festival! Estampei um sorriso...</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas pensando bem, não estou certa se foram dias tão bons... Perdi um short que amava, achava a minha amiga de camping super careta e desanimada... Fiquei sozinha, lembra? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É, na verdade, essa foi a parte boa. No deserto litoral, querendo um recomeço, querendo muito me viver, o mar era a solução balsâmica para as minhas dores. Sinto saudades de todas as portas que eu poderia abrir e não abri.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando eu cheguei em casa foi uma felicidade! Estava com saudades de você! De sentar na escada e morrer de rir das suas ironias e do seu mau humor. Em que croissant aquecido e um café nos perdemos? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outra. Me lembra um filme. Sim. Você não seria tão óbvia! Tenho certeza que pensou em Bergman. Como você é esperta! E era por isso que eu confiava em você. .. Preciso acreditar que você lembrou de Persona. Outra, olhei no espelho e pensei: "que mulher é essa?". Senti alguém vindo por trás e mudando o meu reflexo. Já não era eu, iludida com o tempo certo das coisas, era o reflexo do eu, enrugado, com o olhar vazio, o coração vazio, a cabeça vazia. Era eu liberta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.99715805053711px; text-align: left;">Aquela Cedofeita. Aquela Tendinha... Pedro caiu. Quando olhei, estava ele num ritmo esquisito, deslizando pela parede em câmera lenta. Pelo menos caiu dançando... Foi uma das cenas sem testemunhos mais engraçadas da minha vida. O tombo era uma metáfora das horas corridas que passamos entre algumas doses e marlboro branco. Inevitável não se entregar à decadência naquele lugar. (...) Rio sozinha das danças de flamenco, dos fidéis, das amapoulas, lips... E o que quer que fossem aquelas coisas que apareciam na nossa casa do Ramalde</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Embora em silêncio, quando me olhei no espelho, me vi timidamente outra. E só você poderia me entender. Fosse a Elizabeth, fosse a Alma. Fosse nenhuma, nem outra, Marrib. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se ainda há tempo, gostaria lhe dizer que seria uma honra conversar sobre a filosofia de Platão com você. E só mais uma coisa, ver apenas vinhos chilenos hoje na padaria foi realmente frustante... </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Da Outra, Ana. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-83774246890205081112013-01-16T19:53:00.002-08:002013-01-16T20:04:38.570-08:00Trópicos etéreos<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Agarrou – me. Meus ossos, meu coração, me esvaziei toda para que você entrasse. Entrasse em mim. Nas tuas vísceras, me vi toda. Teu corpo passava no meu. Estava no alto, suspensa pelos teus braços e pressionada pelo teu corpo. Vinha-me tua boca nos meus seios, no meu queixo e na minha boca. Sua barba roçava nos meus lábios rachados e minha saliva escorria na tua. Meus pés faziam ponta nas tuas cochas. Meus olhos fechados, os teus sempre. Minha mão apertava nas tuas costas, as tuas, nas minhas entranhas. O beijo etéreo me sufocou. Bicho do mato, paralisada feito presa fácil, já não restava muito senão os balões alaranjados que vieram logo galopantes...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOJei8ChVplYZIVFv9jPqYJui6EkZGCkeZyRr4PeV39hxMH5hnfWz3qQrDtT_mSP5VX9xjmlwhnm058Dva8zIxX2COc6RoVZcQ79ODfINgHX5eItSmEPOB2b5y7SKA8MkJH9OCfFVbIwOM/s1600/5709906e0721f7edc3a7878d8acc8edd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Madrid - Janeiro de 2012" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOJei8ChVplYZIVFv9jPqYJui6EkZGCkeZyRr4PeV39hxMH5hnfWz3qQrDtT_mSP5VX9xjmlwhnm058Dva8zIxX2COc6RoVZcQ79ODfINgHX5eItSmEPOB2b5y7SKA8MkJH9OCfFVbIwOM/s1600/5709906e0721f7edc3a7878d8acc8edd.jpg" height="240" title="" Toda a vida buscando o amor, e ao final se chama desejo"." width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0Mariana - MG, República Federativa do Brasil-20.3779993 -43.4166831-20.8544348 -44.0621301 -19.901563799999998 -42.7712361tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-16146981201062444492012-12-01T19:03:00.000-08:002013-01-22T19:26:17.480-08:00Na porta detrás da tabacaria<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b>"Sinto como se o mundo me escapasse".</b><br />
<b><br /></b>
<b>Cacau Itaborahy</b></div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-43317860987780924772012-11-26T21:28:00.001-08:002012-11-26T21:39:29.414-08:00À meia luz<span style="font-size: large;">Alívio. A música. Pálpebras. Miúdas caem. Segredo. Conto. Não tem problemas. O canto da boca está virado. Olha. Os olhos úmidos. Pelo ouvido. Vem arrepio. Divino. Paz. Sabe. É. A gente sente. Paz. Sabe? Sombra. Meia Luz. O resto. Não. Não interessa. O resto. Inteiro. As pálpebras, dormem. </span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeWjcnia1js32jsGZSDqxekhrjT161CxZl8AysZUVs3MsFfZ1n2rNUk5b7xUFTeBaJ5RwVG-CAnxoVXUuXFl7LZ091CgOmcpJvmlpNnN-CHdaQFuK4kbuFQc77B327dNbUGMX8GxAjzmQD/s1600/1aaainsustentavel-leveza-do-ser_tomaset.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeWjcnia1js32jsGZSDqxekhrjT161CxZl8AysZUVs3MsFfZ1n2rNUk5b7xUFTeBaJ5RwVG-CAnxoVXUuXFl7LZ091CgOmcpJvmlpNnN-CHdaQFuK4kbuFQc77B327dNbUGMX8GxAjzmQD/s1600/1aaainsustentavel-leveza-do-ser_tomaset.jpg" height="320" width="248" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A fuga de tudo. Teresa, Tomas e Karenina.</td></tr>
</tbody></table>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-53804568349011475312012-11-26T21:17:00.001-08:002012-11-26T21:44:49.646-08:00Uma brisa<span style="font-size: large;">rápido.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">passado rápido.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">rápido.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">passado lento</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">rápido</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">momento</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">velas acesas</span><br />
<span style="font-size: large;">bichos pelos quintais,</span><br />
<span style="font-size: large;">insetos na tela.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">esquecer rápido</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">aquilo que falta a existência.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<span style="font-size: large;">futuro lento</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Unhas decadentes</span><br />
<span style="font-size: large;">Bonecas em guarda - roupas</span><br />
<span style="font-size: large;">tantos travesseiros</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Rápido. Brisa rápida.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-70167726379039140642012-11-19T04:58:00.001-08:002012-11-19T04:58:42.686-08:00O cachorro do vizinhoCachorro latindo no vizinho. ( assim eu testo minha pré-disposição a ser muito cruel e capaz de cometer homicídios). Criança chorando. ( assim eu descubro que não tenho paciência com crianças e as acho criaturas perigosas). Mas o cachorro do vizinho... Olha!! A merda do cachorro do vizinho não me deixa nem pensar no texto. Mas o celular que meu pai esqueceu em casa toca de cinco em cinco minutos. Precisava ser o toque do Indiana Jones???? Além do mais minha mãe grita pra chamar a Efigênia e a por sua vez, a Efigênia me beija muito forte e fica me chamando de vidinha. O Pedro está quase chegando com aquela energia insuportável dele. Quase quebrei o teclado. A tecla F voou. PQPPPPPPPPPPPP. tomara que essa merda de cachorro perca as cordas do latido. Eu odeio ele. Ele acabou com meu dia.Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-35125092577776148922012-11-07T18:05:00.001-08:002012-11-07T18:05:36.352-08:00PulsoO amor é morder a mão, na medida quase exata em que alcança o pulso.<br />
<br />
Tanto pulsar.Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-62637404420953781482012-11-04T19:20:00.001-08:002012-11-04T19:31:50.343-08:00As mulheres árabesPassei estes últimos dois dias na Arábia Saudita.<br />
Passeando sob imagens de mulheres que escondem uma vida de opressão por detrás do véu.<br />
Isso mexeu com meu coração. Despertei desejos profundos e certezas imemoriais.<br />
A história da princesa Sultana veio para me ajudar a caminhar pela história das mulheres.<br />
Sinto fervilhar esse sentimento dentro de mim. E até tenho medo do que pode transbordar.<br />
Medo do desconhecido. Medo dessas palavras que se repetem na minha vida.<br />
Enfim sinto estar no caminho certo. Algo vem atrás de mim e me empurra para o destino.<br />
Sinto o destino se movimentando como sorrateiras cobras no deserto.<br />
Mas as cobras são sábias.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-50267896576532591942012-09-02T13:48:00.000-07:002013-08-13T20:52:34.167-07:00Dos brilhantes que eu aproveitei...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYawcaC2clWicmkowHPB6M9P6YcHuX1kmRu1v68cVXJ831j4NAhJj2bA2FMEk2J2eRX31F3-blhDDbG3-gnkFJG-qSBKvQyVgVjmKcyyJIq-KMyPk7F6xTlDIHFtUTCQAlDAb_j33IA8UQ/s1600/DSC01710xxxx.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYawcaC2clWicmkowHPB6M9P6YcHuX1kmRu1v68cVXJ831j4NAhJj2bA2FMEk2J2eRX31F3-blhDDbG3-gnkFJG-qSBKvQyVgVjmKcyyJIq-KMyPk7F6xTlDIHFtUTCQAlDAb_j33IA8UQ/s400/DSC01710xxxx.jpg" height="300" width="400" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxkQBEsibOeIJEYTzHIIDOPXVqRwPlxM2C7HFLCeeSzJbptpyaevc_cYFf5FGvhyDryzD67qxxD_Z0zFe3tsSgxS1gXIyQ1Qk7DIEl4Rc4qi20ExwLVT3H3sWnPpO9GmR0MhfLoHYpRqb8/s1600/Boa+Vista+112aaaaa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxkQBEsibOeIJEYTzHIIDOPXVqRwPlxM2C7HFLCeeSzJbptpyaevc_cYFf5FGvhyDryzD67qxxD_Z0zFe3tsSgxS1gXIyQ1Qk7DIEl4Rc4qi20ExwLVT3H3sWnPpO9GmR0MhfLoHYpRqb8/s320/Boa+Vista+112aaaaa.jpg" height="320" width="240" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhztaGBx-ztgRcCQKWCKJCUvT2zKv4rUolBpgsaw5hczxtI3ViZu3BPf6HUZTM7LB3klU1EfcdAqER91hhpSkv6Jq4CicMjMgFcts6C8QTw1DFfGAlltMU65ciyGFNQElTWU7Odw9NktTKX/s1600/Boa+Vista+080fffff.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhztaGBx-ztgRcCQKWCKJCUvT2zKv4rUolBpgsaw5hczxtI3ViZu3BPf6HUZTM7LB3klU1EfcdAqER91hhpSkv6Jq4CicMjMgFcts6C8QTw1DFfGAlltMU65ciyGFNQElTWU7Odw9NktTKX/s320/Boa+Vista+080fffff.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJkCy8-ewiW5qMR5GNWLzVhMoRk6ZVZupclI1uB02UJKOK7li5OfnN-WYhTU7hGe3j1Vl2FEkyP5twOtJYhWsej0Jxo3_DQzAQ0mL3fO-SHM52xMFZJcNzVZqkKwcIwE5Pgj4tnXJPERCh/s1600/DSCN1250aaaaa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJkCy8-ewiW5qMR5GNWLzVhMoRk6ZVZupclI1uB02UJKOK7li5OfnN-WYhTU7hGe3j1Vl2FEkyP5twOtJYhWsej0Jxo3_DQzAQ0mL3fO-SHM52xMFZJcNzVZqkKwcIwE5Pgj4tnXJPERCh/s320/DSCN1250aaaaa.jpg" height="313" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Quando chega 31 de agosto me vem à boca um sorriso largo. "Amanhã é setembro". Quando chega dia 1º escrevo poesias nos papéis pela casa, escuto rock ' roll de Highway, desconfio de dias melhores, saúdo a primavera, penso em fazer orações e a pintar móveis. Penso em mudar de casa, dar um giro de 360º na minha vida; como se ela nunca rodasse 180º a cada 12 horas. E apesar das brigas durantes as noites insônes, em que simulo diálogos, conversas e pontos finais, eu estou em paz, porque finalmente é setembro. Porque a minha alma é sazonal, é inerente ao que eu sinto através do tempo. Porque tenho sonhado com Ipanema e com o Márcio Paixão; com visitas na Farm em companhia da Morena. Tenho respirado fundo, como se visse de longe um barco no horizonte e um arco íris envolta. Porque dias azuis são um descanso pra alma. Porque tenho colocado "lulababbies" pra um recém nascido e estou me desfazendo aos poucos das roupas do meu armário... Roupas coloridas, com histórias mas que não me servem mais. Tenho sorrisos pro espelho, tenho dentes afiados para trincar a vida. Porque a vida só se deve agora, porque criei casca e hoje saio dela com facilidade. Estou protegida por mim, e estou gargalhando por dentro. Não contenho meu sorriso, nem meus brillhantes que se caíram de um brinco que eu também já me desfiz... Desfiz - me sorrindo... Tenho me desfeito... Hoje derreto e volto ao estado sólido em um piscar de olhos. Só precisava dos meus pés na areia, de respirar um ar cálido, uma embriaguez de amor, uma volúpia do espírito que não se contém apenas em sí. Mas tudo bem, ainda é setembro!! </span></span></div>
</div>
Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0BR-383 - MG, Brasil-21.8394749 -44.8125196-22.0752649 -45.1283766 -21.603684899999998 -44.4966626tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-68855431238252191092012-08-12T17:02:00.002-07:002012-08-12T17:02:38.640-07:00Fuga nº 44<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<br />
<br />
Vou ter que escrever.<br />
<br />
Agora não tem jeito.<br />
<br />
<br />
Às vezes é impossível fugir. Ou é pior. </div>Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-30304943712815740652012-06-03T21:51:00.000-07:002012-06-03T23:12:35.326-07:00Depois do dia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Por Laura Ralola</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Bom dia, de dia bom. Lambida de cachorro no rosto. Sorte ter
a colcha quadriculada cheia de cores e sono. Como um escudo. Sai cachorro! Músicas
entram no sonho. Músicas boas também. Dormi na sala, corro pro quarto. Algumas
horas a mais de sono. Outra cama, dois travesseiros grandes. Um beijo bom de
bom dia. Sonhos de novo. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Bom dia, de boa tarde. Acordei. Papo vai papo vem, os raios
do sol entram pela janela junto com a brisa fresca e dá pra ver um pedacinho do
céu azul. Sem nuvens – aparentemente. Cama boa, dois travesseiros grandes,
quentinho. Companhia boa. Papo bom. Risadas, abraços, corpo com corpo, pé com
pé, quentinhos. Músicas boas. O estomago manda levantar. Dói de fome. O céu
está realmente sem nuvens.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Comida boa. Galinhada pra mim, omelete pra ela. Suco invés
de refrigerante. Laranja e Limão, respectivamente. Sem açúcar, com açúcar. Café
sem cigarro. Ruim a falta de cigarro na hora do café de depois do almoço. Sem
dinheiro no bolso, fila do banco enorme. Quinto dia útil do mês. Preguiça. Uma
amiga na fila. Dinheiro emprestado. Cigarro sem café. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Dia bom, sem nuvens no céu, brisa fresca. Andar sem sentir
calor. Saber que o frio vem mesmo à noite. De dia, só na sombra. Ela quer um
edredom para acompanhar os dois travesseiros grandes. Edredom de onça. A cara
dela. ‘Por que não leva esse?’ pergunto. Ela ri, diz que não quer um edredom de
onça. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Moça simpática que atende na loja. Sorri com a boca e com os
olhos. Anuncia um edredom na promoção. Não é que é o de onça? Abusivamente macio
e a promoção vale a pena. Vamos pensar e depois voltamos. Mais lojas. Lojas de
sapatos, calcinhas. Às vezes espero na porta, entre um trago e outro ela volta
pra rua. Andamos mais.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Nenhuma loja desbloqueia celular nessa cidade, não é
possível. Depois de três tentativas conseguimos uma. Não aceita cartão,
enfrentar a fila do banco é, agora, inevitável. Banco cheio, sede de coca. Ela
fica na fila, eu vou à padaria. Coca gelada, dentro do banco, sem cigarro.
Celular funcionando. Nenhum outro edredom tão macio e tão barato. Será mesmo o
de onça. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sacola enorme, ainda bem que é leve. Ladeira íngreme.
Difícil andar nas pedras. Chave na porta, latido dos cachorros. Enfim em casa.
Quarto fechado, enfumaçado, papo noiado. Risada, visitas, incenso. Hora do
café. Café com cigarro, depois um pão de queijo. Ela se despede. Pega o edredom
e, de longe, dá tchau. Bate a porta. Eu sento para escrever pensando que queria
dormir com o edredom de onça. Terminei, vou dormir. Boa noite para um dia bom.
Sim, o dia foi bom.</span><o:p></o:p></div>
</div>Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7413753393154910816.post-91215060650635499142012-06-02T14:00:00.003-07:002012-06-02T14:00:58.317-07:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">uma delícia de tumblr: </span><a href="http://theimpossiblecool.tumblr.com/"><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">http://theimpossiblecool.tumblr.com/</span></a></div>Ana Carolina Meirelleshttp://www.blogger.com/profile/02881418023173317741noreply@blogger.com0