segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sem título pq não merece

Sempre quando venho escrever no Carole, não sei ao certo sobre o que eu quero falar. Mas hoje foi um dia desses que é merecido lembrar.  Já me aconteceu algumas vezes; acordar bem de manhã.  Às 5h30 estava de pé, pronta pra tomar um banho e ficar na colchão de bobeira até... não sei... até eu cansar e querer sair pra fazer alguma coisa. 

Tomei um banho demorado, não ia lavar meus cabelos, voltei atrás já no final, e decidi que sim, eu precisava. Não estava acostumada, mas agora precisava me adaptar à vida de fumante, numa casa de fumantes, em festas fumantes, com cigarro por todas as partes, precisava prestar mais atenção na hora de lavar os cabelos.

Girei toda a torneira, e a água foi aos poucos se esfriando, e depois gelada, muito gelada... E eu sempre gostei disso, Meus Deus! Enfiar a cabeça embaixo d'água e só escutar o barulhinho dela descendo, ir se entremeando pelo corpo... Tenho medo de morrer no banho, eu gosto quando minha pressão abaixa, e eu fico num êxtase profundo de sonolência e delírio...  Tenho medo de cair ali mesmo, e nem levantar mais.

Voltei pro quarto. Corpo fresco. Coração Vazio. Um burburinho de vozes na minha mente, que não me diziam nada. Já não tenho certezas, nem absolutas, nem outras. Nem a existência, nem a existência me consola. Fiquei  deitada, aproveitei para escutar algumas músicas, pensar na vida medíocre que eu tenho levado.

"Não, não vou comprar cigarro. Não posso. Preciso parar de fumar"; murmurava um homem com as mãos fincadas na cabeça, num desespero iminente, em meio a uma guerra pessoal no meio da padaria. Eu vi. Eu vi ele. E eu o entendi como ninguém. Mas a nossa diferença era clara: ele queria salvar a vida, já eu....

Não tenho motivos para salvar.

Mentiria se dissesse que fiquei relembrando o passado. Também não. Nem o futuro. Estava eu, transeunte solitária à beira do abismo do presente na rua. Como ele dói! Hoje tudo dói. 

Fiz pequenos gestos de afetos. Não canso. Nunca fui orgulhosa. Hoje sofro de sinceridade. Dessas agudas. E tem uma contra indicação pra essa filosofia de vida pautada na verdade metralhada: a não compreensão da verdade dos outros. 

Bebi do teu fel há alguns anos atrás. Penso eu, agora, num final de noite minguado. Preciso estudar as mulheres... Quanto mais estudo, mais viro ostra. 

O dia foi bonito. Compromissos, ok. Poucos cigarros, ok. Casa arrumada, ok. E no percurso até a vitória ando mais infeliz do que nunca. 





quarta-feira, 11 de abril de 2012

Marycoke - Já parou pra pensar até que ponto a internet interfere nas suas relações pessoais?

Seria o perfil no mundo virtual a cópia fiel da nossa verdadeira identidade? Fico me perguntando às vezes a diferença existente entre ver as pessoas através das lentes de um lcd e de vê - las viver a vida real...  Quando nem tudo que se vê é o enquadramento proposto pelos perfis nas redes sociais; e, com mais precisão, se consegue enxergar a subjetividade de cada um - é interessante lembrar que a comunicação não verbal é mais importante do que a comunicação verbal.

Mas a verdade é que cansei dos perfis. De estar fazendo daquela telinha na internet a sua vida. E seu corpo, o real, que precisa que você se mova, saia do lugar? Onde ele fica?E a necessidade de estar num lugar físico, vivo, palpável? Tocar realmente alguém, olhar para faces e não fotos... Desperdiçar horas a fio em conversas, prosas longas, bobas ou lúdicas e não no bate papo. Se agregar mais, não com desconhecidos, conhecidos, amigos de um dia, da balada anterior, da viagem de 5 atrás. Mas com quem está do seu lado, por um 1 minuto. Com o cara da cantina, a moça da padaria. Dar um "Bom Dia" para o gari...

Ir numa leveza natural, de se doar, cansar corpo, pernas, mentes em trabalhos realmente enriquecedores, para sua alma ou para a sociedade ou para quem você quiser. Uma cerveja na terça, por que não? Um encontro na quarta, que você vive combinando com aquele colega de trabalho e nunca saiu dos números vermelhos da sua atualização. Não, não faz mais sentido entrar todos os dias no msn para ver se aquela pessoa antiga ainda entra. Você insiste porque afinal, já encontrou ela por lá algumas raras vezes. Mas  é que de tempos pra cá ela nunca vem... Continuar nessa paranoia exaustiva da espera. No entanto, você pode arriscar, tentar uma ligação, ou mesmo ir até onde ela está, falar diretamente ao invés de dar rodeios e esperar um empurrão do acaso. Já parou pra pensar até que ponto a internet  interfere nas suas relações pessoais? 

Acho que os perfis e as redes sociais cegam. Não consigo achar um grande avanço você receber uma quantidade sem fim de informações e não conseguir absorver nenhuma. Acho que nos deixam num chão de ilusões. De sensações perdidas, inquietas que muito te mostram e tanto te escondem. A minha preocupação é de nos perdemos nos nossos próprios perfis virtuais. Não iria escrrever mas meu grande medo é um: o homem pós moderno e o homem do futuro. Tenho medo. Tenho medo pois sou um deles. Tenho dúvidas sobre a condição humana hoje.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A balada do corpo branco


Não sei se é branco. Esperei olhar para o céu e enxergar uma noite clara, em que eu pudesse ver algumas estrelas, como eu havia acostumado ver durante todo o mês de março. Não. A neblina está.

Escolhi uma música. Queria algo que me fizesse sentir forte, algo de erótico que fizesse os meus mamilos aflorarem. Algo, talvez, que eu não entendesse direito. Quando só o que importa é o ritmo, é pra onde a música te leva. Neste branco, eu queria que ela me deixasse branca.

A sincronia de som e ambiente desperta um encontro que eu tenho para essa noite: um misterioso querer – me. Meu corpo pede que eu o sinta. Deixei os cigarros lá em baixo, tomei água o suficiente para alimentar a sede que eu tenho de interior.

Uma pausa comigo. Sentir minha borboleta voando nas costas, querendo me dizer coisas, e eu em um esforço pulsante para escutar. Minha mente sussurrando no peito respostas para perguntas tão longevas. Meus olhos cansados, meu coração afoito. Uma sonolência de gestante, uma sensação de leito de morte.


Dou asas para a minha razão imemorial. Algo entre batidas musicais e batidas arteriais me levam a resignação. Encontro comigo para um acerto de contas antigas. Basta até aqui. Não posso dar mais minha alma; ela já chegou ao limite tênue entre o dar e o receber. Sem alimento não há vida. Não mais para um amor; que nunca quis ser.

 Já branca, me afasto da memória. Já salva, perdoo. Já liberta, agradeço. Assim, novamente inteira... Com todos meus sentidos em harmonia, entendo. Passou. Passaram. Fico, eu. Fecho um ciclo. De dentro pra fora. Minh’alma respira aliviada. E as veias voltam a pulsar novamente; sem o peso insustentável de antes.

Não mais, que pena fosse. Se é, a vida.


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