quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Trópicos etéreos

Agarrou – me. Meus ossos, meu coração, me esvaziei toda para que você entrasse. Entrasse em mim. Nas tuas vísceras, me vi toda. Teu corpo passava no meu. Estava no alto, suspensa pelos teus braços e pressionada pelo teu corpo. Vinha-me tua boca nos meus seios, no meu queixo e na minha boca. Sua barba roçava nos meus lábios rachados e minha saliva escorria na tua. Meus pés faziam ponta nas tuas cochas. Meus olhos fechados, os teus sempre. Minha mão apertava nas tuas costas, as tuas, nas minhas entranhas. O beijo etéreo me sufocou. Bicho do mato, paralisada feito presa fácil, já não restava muito senão os balões alaranjados que vieram logo galopantes...

Madrid - Janeiro de 2012

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