terça-feira, 19 de julho de 2011

#Junk

Hoje acordei como há 3 meses atrás, no dia 21 de abril, com um aperto imensúravel no peito. Naquele dia, eu fui até a sala, eu ia até o quarto, eu dizia, tá doendo, tá doendo e eu não sei o porquê... E à noite, veio a notícia, veio a tragédia, que não ia doer tanto, se fosse comigo. Hoje, depois de uma noite muito difícil, sozinha em casa, depois de gritar de dor, e pedir, por favor, ajuda para ninguém, o coração deu de apertar de novo. Eu acordei e peguei o violão, tentei umas notas, e não achei saída. Hoje eu não achei saída. E entrei no facebook, que às vezes pode salvar almas perdidas, e tinha uma foto das pseudonas postada pela @CamilaDias. Um recado da @AnaBeatriz que vacilou no meu coração, emaranhado de saudades casuais e eternas. E agora, umas palavras que chegaram e perfuraram o peito. Pelo que parece, os corações e as lembranças hoje deram de não sustentar a dor. Ao mesmo tempo que essa palavras chegaram, eu me senti mais fraca ainda, porque eram de mãe, Mãe, MÃE. E as palavras de mãe, ultrapassam a racionalidade da psique humana. E o coração dela está apertado por espinhos, mais espinhos do que está o meu.

Junk! Paul McCterney! Onde você estava em 1971 quando tirou essa harmonia? Elis, me diz, que geração foi a sua que acreditava que outros outubros virão, se você mesma morreu de Overdose? Os outros outubros não vão vir, é isso? John Lennon morreu com uma bala cravada no peito. Diz - me alguém se é melhor perfurar o peito ou perder a consciência aos poucos... Diz - me a hora certa do trem partir.

As palavras e o silêncio se equilibram latentes dentro do nosso ètré. Numa hora dessas, nem a palavra pode salvar, nem os amigos, nem a mãe, nem você pode se salvar. Você está à mercé dos movimentos da vida que embrulham tudo. E ela vai te embrulhar... E você nunca vai estar preparado.

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